Compreenda o que é autismo e como a natureza ajuda as crianças com esse transtorno

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Criança interagindo com coelho

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um assunto cada vez mais em evidência. Entenda quais são as características desse transtorno e como estar em contato com a natureza favorece o desenvolvimento de crianças com TEA.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma em cada 160 crianças tem autismo. Aqui no Brasil não se sabe ao certo, mas em um estudo realizado em 2011, estima-se uma criança autista em cada 367.

Há muitos anos atrás, o que nós chamávamos de “autista clássico” era aquela criança que não fazia contato visual, que não falava ou interagia. Atualmente com os avanços nos estudos sobre autismo e nos tratamentos, entende-se que há muitas formas de manifestar o transtorno.

Uma mudança importante foi na nomenclatura: ao adotar o termo “espectro” compreendeu-se a diversidade dentro do próprio diagnóstico. Existem muitas formas de ser autista.

Mas afinal, o que é autismo?

O Transtorno do Espectro do Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento. O que isso significa? Os estudos mais recentes apontam que o cérebro da criança autista funciona de maneira diferente de uma criança típica (sem autismo). Ou seja, durante o desenvolvimento neurológico, algumas alterações ocorrem que resultam em um funcionamento pessoal, social, acadêmico/pedagógico alterado.

Para que o diagnóstico seja feito alguns aspectos são observados:

  • Déficits persistentes na comunicação social
  • Déficits persistentes na interação social
  • Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades

Sendo assim, para a criança ser diagnosticada com TEA, ela precisa apresentar prejuízos em sua comunicação com outras pessoas, não necessariamente só não falar; prejuízos na sua forma de socializar e interagir e um comportamento diferenciado e restrito.

Aqui, nos comportamentos é que mora a questão: algumas crianças autistas podem apresentar um extremo interesse por um assunto específico, ou podem gostar de enfileirar brinquedos, ou podem parecer inflexíveis e teimosas. E tudo isso pode ser autismo.

É importante lembrar que para que o diagnóstico seja feito, a criança deve ser acompanhada por médicos especialistas no transtorno (neuropediatra, psiquiatra infantil) e por uma equipe multidisciplinar (psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional etc) que possam discutir o caso especificamente e criar estratégias de intervenção. 

A criança com autismo e a integração dos sentidos

Em outro texto, já falamos sobre a importância do contato com a natureza para crianças típicas. Um dos pontos que levantamos foi a integração sensorial. 

Retomando este conceito, a Integração Sensorial é a habilidade pela qual o cérebro organiza e interpreta todas as informações que recebe dos órgãos dos sentidos (visão, audição, paladar, tato e olfato) de forma a responder apropriadamente ao ambiente. 

A criança com autismo apresenta alterações nessa habilidade, podendo mostrar-se como excesso ou ausência de reação aos estímulos sensoriais. Por exemplo, é bastante comum alguns autistas taparem os ouvidos diante de sons altos. Ou, em alguns casos, apresentarem muita tolerância a dor, a ponto de quebrar um osso e nem chorarem.

Desta forma, tanto as intervenções terapêuticas quanto dos pais, devem ser voltadas a favorecer a integração dos sentidos e ampliar o leque de opções da criança. 

Muitas vezes, a criança autista é tida como “desajeitada” ou “estabanada”, podendo apresentar dificuldades para praticar esportes e atividades físicas. Tudo isso é fruto desse déficit na Integração Sensorial. 

Para lidar com esse déficit presente no TEA, uma das possibilidades é permitir que a criança brinque em contato com a natureza. Essencialmente, ambientes com natureza são ricos em estímulos sensoriais; são diversas formas, cores, texturas e até sabores a disposição da criança.

Brincar com água, lama, em meio às plantas e com alguns animais permite que a criança autista tenha seu repertório sensorial ampliado e possa desenvolver tolerância a situações novas. 

O contato com a natureza permite que a criança tenha experiências variadas e ricas com diversos estímulos sensoriais. Quanto mais cedo a criança é exposta a esse ambiente, mais aprendizados consegue extrair dele.

Incluir para brincar

Há vários anos atrás, se uma família tivesse uma criança com deficiência ou autismo, estava fadada ao isolamento. Isso porque os ambientes não eram adaptados para receber estas crianças ou as outras pessoas não estavam preparadas para lidar com elas.

Hoje, a situação não é mais essa. É nesse ponto que a inclusão vem com tudo! A criança autista pode participar de todos os ambientes disponíveis na sociedade, contanto que sejam respeitadas suas limitações e adaptações sejam feitas. 

Quando o diagnóstico é feito, é avaliada também a necessidade de apoio da criança, ou seja, qual nível de suporte ela precisa para realizar suas atividades e explorar os ambientes. Esse apoio pode ser desde o mais leve, quando a criança é mais independente, até o mais severo, quando a criança necessita de muito apoio.

Desta maneira, com as adaptações necessárias e oferecendo apoio a criança, ela poderá brincar com segurança. Isso vale para ambientes abertos como parques, bosques e praças. 

A criança autista deve se sentir confortável e segura; não deve ser forçada a experimentar nada, ao contrário, deve ser incentivada a desenvolver sua curiosidade e capacidade de explorar. Sendo assim, não é simplesmente levar a criança em um ambiente cercado de natureza, mas mediar esse contato.

A criança que brinca na natureza se desenvolve

Para que a criança tenha um desenvolvimento dentro do esperado, ela necessita ter diversidade. Diversidade de estímulos, de experiências, de aprendizados, de relações, de opções e possibilidades.

Quanto mais coisas diferentes são oferecidas a ela, melhor será seu desenvolvimento. Isso não é diferente para a criança com TEA. Brincar em contato direto com a natureza permite que a criança crie recursos para lidar com diversas questões.

Para a criança autista, poderão ser trabalhadas as questões de comunicação aproveitando as experiências que o próprio ambiente proporciona; é uma possibilidade para que ela possa interagir com outras crianças, outras pessoas; através da ampliação de repertório, ela é capaz de vencer medos e limitações. 

Aqui no Recanto Lago dos Sonhos, nós oferecemos atividades de recreação para escolas, em festas de aniversário e no período de férias. As recreações são todas pensadas para explorar ao máximo todo o espaço verde que temos aqui. Além disso, uma das nossas premissas é a inclusão, permitir que toda criança possa desfrutar de experiências enriquecedoras para suas vidas. 

Fernanda Velardi

Fernanda Velardi

Psicóloga formada em 2012 pela Universidade Paulista de Campinas. Possui especialização em Psicopedagogia Institucional e cursos em método fônico e currículo funcional natural. Atua com crianças, adolescentes e adultos, além de crianças com dificuldades e transtornos de aprendizagem, deficiência intelectual e autismo.

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Somos um recanto na cidade de Valinhos em meio a natureza que oferece os serviços de Turismo Pedagógico, Visitação Rural para Grupos e Instituições, Organização de Festas infantis e também a locação do espaço para eventos e confraternizações. Nossa missão é fazer com você tenha momentos inesquecíveis com a gente em contato com a natureza.

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